Artigos de Opinião


Artigos....
Sim, efectivamente, são artigos, compilados com o propósito de serem inseridos neste "capítulo", como forma de homenagear os trabalhos pedidos pelos formadores nas sessões. Não passam de textos opinatórios, onde cada um de nós exteriorizou pensamentos, ideias, opiniões...sobre diversos assuntos, que podem ou não fazer parte do nosso quotidiano. Alguns fazem parte do nosso imaginário, roçando a utopia, mas não deixam de ser...opiniões. Gostaria de salientar o facto de todos os artigos estarem na íntegra, além de terem sido elaborados "em sala". Não estranhem, portanto, o pragmatismo e a crueza dos conteúdos, sendo que os mesmos foram escritos na proporção (e à velocidade) do pensamento.

A ordem é aleatória, não obedecendo a nenhuma regra de inserção. Limitei-me a transcrevê-los à medida que me foram "passando pelas mãos". E com isto... comecemos.


O IMPACTO DA TECNOLOGIA A NÍVEL SOCIAL E ECONÓMICO

A tecnologia influenciou muito mais a vida das populações e das sociedades nos últimos cem anos, do que ao longo dos mil anos anteriores. Hoje em dia, a maioria das pessoas possui um melhor nível de vida, dispondo das condições básicas (água, luz eléctrica e saneamento), muitos utilizam automóvel, telemóveis e até computadores para comunicarem através da Internet, partilham conhecimentos, vêem televisão por cabo e têm acesso à informação no momento em que os acontecimentos ocorrem, em qualquer parte do planeta.

No entanto, esta qualidade de vida tem um custo. A poluição do ar, dos solos e dos oceanos, o aquecimento global, o buraco de ozono, as chuvas ácidas e as alterações climatéricas são consequências do uso indevido e abusivo da tecnologia. Contudo, para já, pode-se afirmar que a tecnologia tem mais vantagens do que desvantagens.
A evolução do Homem, com as suas descobertas e invenções, sem as quais não teria o êxito de "alcançar" a tecnologia, modificaram profundamente a vida das pessoas e da sociedade. Graças à evolução da actividade humana e aperfeiçoamento da técnica, os instrumentos de trabalho foram sendo cada vez mais elaborados e complexos, permitindo ao Homem a autonomia laboral na produção, desde o artesanal, passando pela manufactura, a mecanização industrial e, finalmente, a robótica.

Com o desenvolvimento da tecnologia, verificaram-se alterações na organização social, na mobilidade de pessoas dos campos para as cidades, na procura de recursos e consumo de bens, no desperdício e produção de lixos e resíduos, na poluição do ar e do ambiente, e ainda nos meios de informação e de comunicação.

Enquanto consequência das necessidades humanas, a tecnologia afecta os sectores de actividades dos países, tornando-os mais produtivos, nomeadamente o secundário e terciário, ao passo que um país com o sector primário mais desenvolvido, terá um menor impacto tecnológico. Devido a este factor, os países com mais tecnologia abarcam mais postos de trabalho (e consequentemente mais produtividade) e conseguem, a nível económico, ficar favorecidos em relação aos países com menos meios tecnológicos, sendo a produção destes mais lenta e desorganizada, em termos de qualificação de mão-de-obra.

Conclusão: a tecnologia acaba por facilitar a vida do Homem, tornando-a mais ágil, laboralmente. Como consequência, este adquire mais tempo para os factores sociais (como a família, os tempos livres...) e mais tempo para o trabalho, acabando deste modo por desenvolver a economia do seu país, praticando a produção de bens e serviços mais céleres e modernos.

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"PERTENCER A UMA SOCIEDADE É APENAS UMA MAÇADA. MAS NÃO FAZER PARTE DELA É UMA TRAGÉDIA."
Oscar Wilde

O conceito de sociedade, na sua verdadeira ascensão, é a capacidade que o Homem adquire, desde a nascença até à sua morte, de se associar aos seus semelhantes, das mais variadas formas. O Homem "isolado" não passa de um mero ser humano, incapaz de lidar com as suas crenças, conflitos interiores, dúvidas...
No entanto, será sempre capaz de sobreviver, de uma maneira ou de outra e lidar com esses assuntos de forma mais ou menos controlada. Porém, pouco mais lhe resta do que isso, permanecendo incógnito, obscuro, monótono.
Por outro lado, a vida em sociedade favorece, a nível individual, o bem estar resultante do trabalho em grupo e do convívio.
O Homem em comunidade (ou sociedade) tem a capacidade de beneficiar com um dos factores mais importantes da vida em conjunto: A comunicação!

È fundamental comunicarmos. Tomemos o exemplo do texto "O Homem", de Sophia de Mello Breyner; o desespero de um transeunte, embrenhado num mar de gente, numa qualquer baixa metropolitana. Contudo, ironicamente, estava sozinho...
Não houve, naquela situação particular, ninguém com quem falar, a quem se expressar, com quem partilhar frustrações, medos, dúvidas...

Tal como escreveu Isabel Leal, no seu "Homem Invisível", que, aquando da sua leitura, considerei um paradoxo, somos visíveis mas permanecemos grande parte do tempo na invisibilidade.
A ajuda é essencial. O trabalho de grupo e a comunicação, num contexto de comunidade, não fazem sentido, se não forem aplicados de forma favorável à sociedade. E isso, parafraseando o título desta reflexão, é uma tragédia...

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O CASAMENTO DOS PADRES

Muito se tem falado sobre este assunto. Assustadoramente revelatório das tradições religiosas do nosso Portugal, este tema tende a ocupar assiduamente as páginas dos jornais e minutos de debates televisivos.
Não será uma discussão que não mereça atenção, mas o exagero com que tem sido usado, uma e outra vez, não evita a queda em espiral das mentes católicas e o afastamento em massa dos devotos.

Deviam casar, sim senhor! Quem estará mais apto na constituição de família, no seio matrimonial, para cumprir as "regras" que fazem do casamento uma união sublime? Quem, senão os padres?Eles sabem a missa toda...
Muitos dirão que está errado, que o celibato é para preservar, que os deveres da igreja estão acima dos deveres "terrenos"... Disparate!

Provavelmente, segundo alguns estudos feitos nesse sentido, o próprio Jesus Cristo era casado; portanto, não seria uma ofensa assim tão grande à ideologia cristã. O afastamento dos fiéis das casas religiosas tem sido evidente... E isso deve-se, sobretudo, à falta de conteúdo eclesiástico que a igreja tem para nos dar. A crença, essa, tem vindo a diminuir; a procura de "abrigo", ajuda, aconselhamento e devoção cai a olhos vistos. Resta-nos a polémica...

Portanto, mais do que um tema polémico, discute-se um rumo, um caminho e, em jeito de salvação divina, um renascer da mentalidade cristã, para afastar as dúvidas e os receios dos que ainda acreditam nas sessões matutinas de Domingo. Espero que não se extingam, para que possamos continuar a ouvir a palavra de Deus da boca de homens (porque, apesar de tudo, são homens) casados.

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A ERGONOMIA

A ergonomia, num contexto laboral, é considerada a "ferramenta" de trabalho mais importante para o trabalhador. Situa-se entre a manutenção da qualidade de vida profissional e a estabilidade física e emocional de cada funcionário.
È importante, no sentido em que contribui para um aumento de produtividade laboral e está directamente ligada ao posicionamento e postura no local de trabalho.
Todos os procedimentos a adoptar perante a execução das tarefas tornam mais agradável e descontraída a interacção Homen-Máquina, fazendo com que esta relação se torne fundamental no decorrer da actividade profissional.
O sistema ergonómico permite assegurar a eficiência e segurança no posto de trabalho, passando pelo ambiente e espaço físico do local, levando a uma motivação extra do trabalhador no desempenhondas suas funções.
De salientar a forma com que cada indivíduo encara o seu local de trabalho, seja este precário de condições ou não, deve apostar sempre numa política de correcção, para aumentar os níveis de produção e estabilidade profissional, e diminuir os níveis de stress, apatia e ansiedade.
A ergonomia passa também pela organização do espaço laboral, do seu campo de acção, atendendo a vários factores, entre os quais o acesso directo às ferramentas laborais sem necessidade de deslocação por parte do trabalhador, à postura e relaxamento do funcionário, etc...
Sem a devida organização dos sistemas ergonómicos e a rápida identificação destes factores, leva a consequências desastrosas, como o stress e a insatisfação profissional.

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HUMANI(CI)DADE
Vejo carros, perto e longe
Vejo estradas, pontes, caminhos
Casas antigas, novas devolutas
Falo, claro, de Matosinhos
Pessoas, betão e tijolo
O mar espreita a toda a costa
No horizonte os prédios abeiram-se
Não há nuvens, nem sol, nem frio
O fumo há muito se instalou
Como diria Álvaro: "que importa tudo isso?"
O importante, acima de tudo, é o viver
O absorver, o transpirar do rebuliço
O motim, a azáfama das fábricas
do peixe
das conservas
das latas de sardinha
Os cafés apinhados de gente
a qualquer hora do dia
gritam, berram, barafustam
Todos querem atenção
O tempo pára.
As gaivotas; oh, as gaivotas...
meras espectadoras, ouvintes aladas,
passeiam nos céus de uma cidade
antiga.
Na baixa, confusão;
no cais, a ânsia...a busca dura do pão!
"A humanidade fervilha", diria Eça, a delícia de viver!
E mesmo Sophia, não vendo o mar, sabe que ele existe
rende-se à cidade, è tomada por ela, "a alma arrastada"
Tudo porque esta, a cidade, a encruzilhada cosmopolita
há-de ser o ponto de encontro de tudo e de todos
Onde todos giram e tudo acontece...

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O CRESCIMENTO DAS REDES SOCIAIS E O DECLÍNIO DOS BLOGUES

Estamos na era digital, das novas tecnologias e da sua adaptação cada vez maior à vida quotidiana. Para termos uma ideia clara, são cerca de 625 milhões os utilizadores activos da Internet, em todo o mundo, segundo o mais recente estudo da Universal McCann. No caso específico do nosso país, contam-se 2,9 milhões de utilizadores activos -muito abaixo dos cerca de 23 e 19 milhões registados, respectivamente, na Alemanha e em França, países europeus líderes neste ponto; mas ainda assim um número considerável tendo em conta os 10 milhões de habitantes. Agora o aspecto mais surpreendente deste estudo, no que diz respeito a Portugal: destes utilizadores activos, 2.1 milhões criaram perfis em redes sociais. cerca de 73 por cento, valor superior à média universal de dois terços.


As ilacções gerais a tirar são o contínuo crescimento da partilha de informação. Simplesmente essa partilha tem-se desviado de plataformas como os blogues para outras, como as redes sociais. Nomeadamente no caso de partilha de fotos e vídeos, ela tem ocorrido menos em blogues ou sitios de vídeo e fotografia dedicados (exemplo: Flickr), mas essa mesmo publicação e partilha de conteúdos multimédia cresceu, contudo, no ambiente das redes sociais (Facebook, Orkut, Myspace,...). A leitura de blogues estagnou, enquanto o tempo dispendido nas redes sociais continua a aumentar. Parte desta explicação (uma vez que o estudo sublinha também que os EUA representam ainda 60% dos utilizadores activos na web em termos de perfis registados nas redes sociais) pode dever-se ao crescimento da navegação da web por telemóvel.


Quando falamos em redes sociais, vêm-nos sobretudo à memória as chamadas redes de social network, com uma componente social e pessoal. Delas são exemplos o HI5, o Facebook e o Myspace. Permitem a partilha de imagens, informações pessoais, eventos, criando relações de "amizade" agrupadas por interesses comuns, na maior parte das vezes apenas virtuais.


Mas existem outros tipos de redes sociais, igualmente conhecidos do grande público. As redes de share (partilha), como o Youtube, o Flickr e o Delicious, por exemplo, permitem a publicação de conteúdos online, desde fotografias, vídeos, a informações diversas. Existem ainda as redes de publish, como os blogues, através das quais qualquer cidadão pode dar a sua opinião livremente e publicá-la; e as redes de microblogging, como o Twitter, com um carácter maioritariamente de divulgação de informação, permitindo a partilha de ideias, notícias, fotografias, tudo isto em tempo real.


O estudo já referenciado revela outro pormenor curioso: ao nível global, os principais objectivos dos frequentadores de redes sociais na Internet, ao criarem os seus perfis, são o envio de mensagens a amigos, a publicação de fotografias, o reencontro de antigos amigos e o estabelecimento de novas amizades. Revela ainda que, no domínio da Internet, os blogues estão a perder terreno no que respeita à partilha de informação e de conteúdos multimédia, que tem vindo a crescer progressivamente nas redes sociais. As redes permitem aos utilizadores fazerem tudo o que quiserem num blog e mais ainda, apesar de diferentes tipos de redes se adequarem a diferentes tipos de utilizadores e mercados dominantes. Estas plataformas continuam a crescer, enquanto outros elementos dos social media estagnam ou entram em declínio.


A questão não é, portanto, se vale ou não a pena aderir, se há ou não interesse em criar numa rede social, se X ou Y são redes para aderir ou evitar. A verdadeira questão é: será que o entusiasmo de aderir a uma rede social e criar um perfil se desvanece passado algum tempo? Depende, claro, como tudo na vida...
Depende da rede social em causa, do tempo, da disponibilidade do utilizador, das suas intenções ao criar o perfil. Para além disso, existe a questão das modas: a rede que está em voga hoje, pode já não estar amanhã e a rotatividade é constante. A própria moda das redes sociais pode vir a terminar num abrir e fechar de olhos. No entanto, o estudo da Universal McCann revela que quase 65 por cento dos utilizadores activos da Internet, com perfis em redes sociais, gastam tempo a actualizar as suas informações e conteúdos exibidos nos perfis, o que contradiz a opinião de muitos que referem a perda de interesse das redes sociais e o consequente perecimento do interesse depositado nelas por parte dos utilizadores.


Conclusão: Queiramos ou não fazer parte do progresso, é fundamental abraçar e acompanhar a modernização que se verifica nos dias de hoje, e a adesão e exploração das redes sociais faz parte desse processo evolutivo.




"Este podcast foi realizado por Pedro Carlos, no âmbito da formação de base do curso EFA Técnico Administrativo, para a unidade Redes de Informação e Comunicação, Sociedade Tecnologia e Ciência"




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